sábado, 22 de setembro de 2012

Bando À Parte (1964)




Bando à Parte é uma homenagem aos filmes policiais da Hollywood dos anos 40 e que deu cenas memoráveis e que inspirou novas gerações de realizadores.
Frantz, Arthur, dois fura-vidas, juntamente com Odile, a rapariga tímida, formam um inconveniente trio. A história, simples e concisa, principia-se por uma pequena ode a Paris formado por tavellings, onde damos de encontro com os dois rapazes, Arthur e Frantz, deles partem para a aula de inglês. Odile, revela que a sua tia Victoria e um amigo, o sr Stolz, escondem em casa uma avultada soma de dinheiro. Frantz e Arthur começam imediatamente a planear um roubo. Mas a questão central não está no roubo mas sim na improvável companhia destes três jovens pelos cafés de Paris e pelo receio de que o golpe não vai correr de acordo com o planeado.
Com a belíssima fotografia de Raoul Coutard e música de Michel Legrand, Bando À Parte, nunca estreado em Portugal, é um dos mais famosos filmes de sempre tendo até direito a uma cena mitológica com a sequência de dança no café que inspirou Quentin Tarantino em Pulp Fiction.
Anna Karina, á época mulher e musa de Godard, causa um certo fascínio, não só pela sua beleza, como pela sua ingenuidade numa interpretação acima de média. É hora de evocar este clássico.     

Noite De Solidão

 Fotografias que tirei em plena noite de nevoeiro. Um dia estranho, de angústias e uma escuridão transcendental.







No Terreiro Do Paço

 A vontade de voltar aquele sítio era enorme. O Terreiro do Paço, um dos meus espaços favoritos de Lisboa, carrega mil lamentos de angustias, cidadãos na maré para o outro lado do rio. O rio que cá nos vamos vendo de margem a margem faz-nos emergir em sensações de saudade e uma enorme vontade de estar só. Enquanto fotografei acompanhava-me a canção que melhor se adequa a este momento: "Homem Do Leme". 














After Hours (1985)


 Depois do fracasso de "O Rei Da Comédia" Scorsese mete mãos à obra num projecto á muito pensado: "A Última Tentação De Cristo", romance do prémio Nobel de literatura Nikos Kazantzakis (1883-1957). Devido a pressões por parte da elite católica Martin Scorsese abandona o projecto voltando três anos depois. O projecto á qual Scorsese dedicará brilhantemente é "Nova Iorque Fora De Horas".

Proposto pelo actor Griffin Dunn, o realizador aceitará o guião, donde filmará em seis semanas o filme. Apeasr de ostentar um estilo comercial estéticamente o realizador não se deixa levar pelos excessos hollywoodescos. Muito pelo contrário encontramos um espírito sem tréguas, que transcende e combina muito bem com o pensamento visionário de Maryin Scorsese.

Trabalha pela primeira vez com o director de fotografia alemão Michael Ballhaus. Scorsese reformula profundamente o argumento de Nova Iorque Fora De Horas, um filme que é, na realidade, o trabalho de fim de curso do autor da obra, Joseph Minion.

A história, na verdade uma fábula para os tempos modernos do homem na sociedade, começa com Paul Hackett- um trabalhador que vê a sua noite de farra no Soho transformar-se em pesadelo- são uma imagem rídicula e cruel dos ultimos anos de vida de Scorsese. Contudo em vez de retratar lamentações, o cineasta dá ao filme uma energia juvenil inesperada. Nunca um pesadelo foi tão divertido. Nova Iorque é aclamado como o marco que assinala o renascimento de Scorsese, tanto na estreia norte-americana como na apresentação em Cannes. (...informações básicas em 'O Livro Martin Scorsese'...).    

Body Heat (1981)



Body Heat é uma daquelas preciosidades da história do cinema que assistimos ao cair no esquecimento. É certo que o filme não foi um sucesso entre as massas mas desde cedo que ganhou um estatuto de culto tendo lançado o realizador Lawrence Kasdan e o actor William Hurt.A figura substancial de um noir-film, femme fatale, está presente como não podia deixar de ser. A história baseia-se um pouco do clássico de Billy Wilder: Double Indemnity (o próprio realizador confessou). A estética assumida no filme longe de ser pueril,asume as rédeas de um sombreamento calculado. É uma obra prima de facto. Os cenários no entanto condizem muito bem como um noir-film devem ser e as interpretações intensas por parte dos actores, sem entrar no cliché, estão acima da média. A banda sonora excepcionalmente conduzida por John Barry e a dupla Turner/Hurt encaixam na perfeição. Um clássico dos anos 80 a descobrir      

domingo, 16 de setembro de 2012

Vergílio Ferreira - Manhã Submersa




Sobre o autor sabe-se que nasceu em 1916, no dia 28 de Janeiro e veio a falecer em 1996 no dia 1 de Março. Escreveu vinte e um romances, nove diários a que deu o tíulo de Conta-Corrente.
Sobre o livro, edita no ano de 1953, é um verdadeiro marco da literatura portuguesa juntamente com Aparição, ele também de Vergílio Ferreira.

A Manhã Submersa, o romance do autor que mais tenho em estima, é um verdadeiro testemunho de um ser existencialista. Ora se Vergílio Ferreira recebeu dois rótulos (cai sempre mal num escritor): Neo-Realismo e Existencialismo. No entanto todo ele é existencialista. Acumulam-se um jogo de perguntas, incertezas e breves recaídas do ser ou não ser neste romance. Na Manhã Submersa, entretemo-nos com um jovem, estudante num seminário, que está a reconsiderar se deve seguir a carreira de padre ou não. Este jovem personagem vai crescendo. Entretém-se com os jogos á imagem de um adulto e confraterniza com a resposta final, logo no fim do romance.

Apesar de um texto simples que escrevi aqui, quero pronunciar positivamente que este romance vale mesmo a pena ser lido, relido e guardado na estante com carinho. Um livro de certa forma biográfico e criativo na estrutura básica de como escrever uma boa história.

Recomendo urgentemente.

Recebeu uma adaptação no cinema, sob a realização de Lauro António em 1980.


"Um autor fixa um tema. Mas esse tema, revelando, como revela, um interesse, revela sobretudo que foi só em torno dele que o artista pôde realizar-se como tal."


— Vergílio Ferreira



Pastéis De Belém












"A perfeição contém e corrige a exactidão."-Almada Negreiros