segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Descobrir Philip Dick


Philip Dick é daqueles autores interessantes mas difíceis de encontrar nas livrarias em Portugal. É inquestionável a influência que o escritor teve na segunda metade do século XX, não só no campo da ficção cientifica como nas suas previsões e na sua filosofia, em particular.
Eu sou fã do género de ficção cientifica, leio a colecção Argonauta (editora Brasil), assisto a filmes do género, saboreio com o impensável, com o cinismo que a maioria dos autores impõem nos seus romances porque, como podemos notar, a maioria dos romances do género não comecem ou acabem nada bem, isso é um facto. Voltando a Philip Dick, para minha vergonha comecei a interessar-me pelo autor não descobrindo a sua obra, mas sim assistindo a um filme: o clássico Blade Runner. Aquilo foi uma reviravolta  para um cinéfilo como eu. Ridley Scott compôs num sentido poético uma nova visualização da novela DO ANDROIDS DREAM ELECTRIC SLEEP?. Um deslumbramento gráfico nunca visto no cinema, uma revolução nos efeitos visuais, mas a ironia da coisa é que ninguém prestou atenção ao filme no ano de 1982. 

O seu primeiro romance que li? A SCANNER DARKLY, até hoje o meu favorito do autor. A acção passa-se num futuro próximo, onde a substância D, de origem desconhecida, passa a ser investigada pela agência policial NOVO CAMINHO. Um dos agentes infiltra-se num grupo de viciados tendo como missão deter um traficantes. Esse mesmo agente é viciado assim como a maioria da população norte americana. O romance resulta como um dos mais introspectivos e pessimistas de toda a obra de Philip Dick. O filme, com o mesmo nome, também é interessante e altamente recomendado. 

Muitos outros romances de Philip Dick seguiram-se, tendo este vosso leitor como um obsessivo descobridor da vasta obra de Philip Dick, só lamento a falta de leitores portugueses e a escassa obra do autor traduzida para português, sendo a editora Brasil a mais activa na obra de Dick. Convergindo com as ultimas linhas, podemos vislumbrar outra obra prima do autor, O HOMEM DO CASTELO ALTO, da Bang (editora Saída de Emergência), um triunfo literário que flui na premissa de colocar o leitor numa outra percepção que  não a nossa. Escrever uma realidade alternativa, onde as Potências De Eixo, depois de derrotarem os Aliados, dominam o mundo, demonstrava não ser uma tarefa fácil. O romance valeu-lhe o único Prémio Hugo (distribuído a romances e contos de ficção cientifica), no campo de melhor romance.

Biografia 

Philip K. Dick nasceu em Chicago, em 1928, e viveu grande parte da sua vida na Califórnia. Após frequentar a Universidade da Califórnia, da qual desistiu, deu início à sua carreira profissional como escritor de numerosos romances, ensaios e colectâneas de contos, todos no género da ficção científica. Em 1963, venceu o prémio Hugo por O Homem do Castelo Alto, ao que se seguiram outras obras, prémios e adaptações cinematográficas. É actualmente considerado um dos mais influentes escritores da segunda metade do século XX, tendo as suas ideias visionárias causado grande impacto na cultura contemporânea. Morreu em 1982, em Santa Ana, Califórnia.

(retirado da Saída de Emergência)

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